Em uma semana na China, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB) não passou 24 horas sem receber doações de empresários para a cidade. Foram câmeras de segurança, drones, equipamentos para aulas digitais e, ontem, painéis solares e carros elétricos.
São doações decididas ali, na hora, em reuniões com empresários interessados em ter São Paulo como potencial cliente. Doria aproveita o cargo de “prefeito da maior cidade do Brasil”, sua posição de presidenciável, exposição na imprensa e a experiência em negociação para arrancar um “sim” para seus pedidos.
Nesta quinta-feira, 27, em Shenzhen, última cidade do seu roteiro, Doria esteve reunido com a maior empresa de baterias do mundo, a BYD, que atua do setor de celulares ao de ônibus elétricos.
A previsão era de conhecer a fábrica da empresa. Funcionários disseram que já era esperado que ele fizesse algum pedido, e tinham disposição de doar um carro elétrico. Mas Doria chegou com outros planos. Pediu logo quatro. Ele prometeu usar os veículos para ajudar na segurança do maior parque da cidade. “O Ibirapuera vai ser um extraordinário show room para os veículos elétricos da BYD”, disse. A empresa fabrica ônibus elétricos em São Paulo.
Estratégia
Doria já esteve em cinco instituições financeiras – como bancos e fundos de investimentos. Ele sabe qual é a avaliação dos chineses: em 2018, o País começará novo ciclo de crescimento e eles querem ser conhecidos no Brasil. Tanto que todos sinalizam querer ajudá-lo. Esse conhecimento está incorporado ao “canto da sereia” aos empresários.
O prefeito não esconde suas estratégias. No caso das câmeras de segurança, que devem ser objeto de Parceria Público-Privada (PPP) anunciada em solo chinês, ele esteve nos dois fabricantes rivais e fez pedido a ambos. Destacou que o método “já havia funcionado” na capital, quando pediu carros e motos para fabricantes brasileiros rivais.
Depois de “passar o chapéu” na China, Doria deverá se reunir em agosto com empresários chineses para dar sequência aos seus planos, muitos relacionados ao Plano de Desestatização, que prevê, por exemplo, conceder equipamentos públicos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.