Pelo menos 40 toneladas de lixo e detritos foram retiradas nas duas últimas semanas do Rio Piracicaba, um dos principais cursos d’água do interior de São Paulo. O trabalho, realizado pela organização ambiental Instituto Beira-Rio, com apoio da prefeitura de Piracicaba, só é possível porque o rio está com o nível 50% abaixo do normal em razão da estiagem. Outras 20 toneladas de sujeira ainda estão no leito e serão coletadas durante esta semana.
O mutirão, que envolve o trabalho de seis pessoas com barcos, motosserras e ferramentas, é realizado no trecho em que o rio atravessa a área urbana de Piracicaba. A coleta de lixo inclui o ponto em que fica a cachoeira, principal atração turística da cidade. De acordo com o coordenador do instituto, Luis Fernando Magossi, o baixo nível das águas faz com que o lixo acumulado entre as pedras se torne visível. Na manhã desta segunda-feira, 31, o Piracicaba estava com vazão de 26 metros cúbicos por segundo, quando a esperada seria de 54 m3/s.
Além da questão ambiental, Magossi considera o trabalho importante porque a maior parte da sujeira se acumula junto aos pilares das cinco pontes e passarelas que cruzam o rio nesse trecho. “Quando ocorrem chuvas mais fortes, o material acumulado contribui para enchentes e pode pôr em risco a estrutura das pontes.” Já com o rio baixo, o material exposto pode ser alvo de incêndio, que também acarreta risco às estruturas.
Os detritos retirados são transportados em caminhões da prefeitura para pontos de descarte. A madeira proveniente de galhos e árvores que a correnteza arrasta até as pontes é distribuída a pescadores da região, que ainda se utilizam de fornos e fogões à lenha. O mutirão de limpeza é realizado desde 2013 nos períodos secos. A prefeitura repassa anualmente R$ 7 mil ao instituto para esse trabalho. Nesta terça-feira, 1º, a equipe inicia a limpeza do Canal do Torto, junto à Ponte Lalita Sierra, onde se acumula grande quantidade de plásticos e garrafas PET.