Desaparecidos desde a madrugada da quarta-feira, os músicos cubanos Miguel Angel Costafreda, Arodis Verdecia Pompa e Juan Alcides Diaz não haviam sido localizados até a manhã desta sexta-feira (14) pela equipe da Delegacia de Imigração da Polícia Federal em Pernambuco (PF-PE). A expectativa é que eles procurem a Polícia Federal com pedido de asilo político. "Em casos assim, na hipótese de nada lhes ter acontecido, os estrangeiros deixam passar alguns dias para aparecer", afirmou o assessor de imprensa da PF-PE, Giovane Santoro.
Os três integram o grupo Los Galanes, que esteve em Pernambuco para seis apresentações em um período de sete dias. No dia do retorno a Cuba, na manhã da quarta-feira, apenas três dos seis membros do grupo musical e o representante do Instituto Cubano de Amizade entre os Povos (IPAC), Salvador Santana – que os acompanhou – embarcaram no Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife.
Trazidos pelo produtor cultural Jair Pereira, os músicos fizeram shows em Garanhuns, no agreste, no Recife e no município metropolitano de Igarassu. Entre as apresentações na capital, uma foi realizada para os funcionários da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). A empresa, junto com a Prefeitura do Recife, ajudou a cobrir os gastos de passagens e hospedagem dos Galanes.
Retorno
Depois do último show, na terça-feira, o grupo se encontrou com admiradores da música e do processo político cubano, num jantar organizado por professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Costafreda, Pompa e Diaz alegaram cansaço e ficaram no hotel em que estavam hospedados, no município vizinho de Olinda. Em torno da uma hora da madrugada um carro os apanhou. Eles levaram malas e instrumentos.
Santana e os outros membros dos Galanes – Armando Benitez, Ricardo Pena e Raúl Sanchez – voltaram ao seu país certos de que nada de mal aconteceu a Costafreda, Pompa e Diaz. De acordo com o produtor Jair Pereira, eles entenderam o desaparecimento como uma opção por não voltar a Cuba. O Los Galanes se apresenta para turistas em Havana Velha. Jair Pereira fez contato com a Associação Brasil-Cuba Casa Gregório Bezerra, com sede no Recife e com o ICAP – que promove intercâmbio cultural entre os governos – para trazer o grupo.
