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Municípios paulistas registram falta de doses contra sarampo

Com o surto de sarampo no Estado de São Paulo e a crescente demanda por vacinas, o Ministério da Saúde não tem conseguido entregar quantidade de doses suficiente para abastecer os postos, e algumas prefeituras paulistas já relatam falta do imunizante. A situação de iminente desabastecimento fez com que o governo federal pedisse ajuda à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para a compra emergencial de 47 milhões de doses da tríplice viral no mercado internacional.

Segundo Carmem Silvia Guariente, diretora do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems-SP), vários municípios do interior têm enfrentado falhas pontuais de fornecimento do imunizante. “Em Araçatuba, estamos há dois dias sem uma única dose da vacina, pois a demanda da população tem sido muito alta e já usamos todas que foram enviadas”, disse ontem. A previsão é de reposição até segunda. “Estamos recebendo periodicamente, mas em quantidade inferior à necessária”, diz Carmem, que é secretária no município do interior paulista. Em Araçatuba, foram confirmados três casos de sarampo.

Os últimos números do ministério sobre a quantidade de doses disponíveis refletem a baixa nos estoques estaduais. Dados referentes à situação do último dia 3 mostram que a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo tinha na ocasião apenas 23 mil doses disponíveis para distribuição aos municípios, o equivalente a 5% da média de doses enviadas mensalmente ao Estado pelo ministério.

A diretora de imunização da secretaria paulista, Helena Sato, confirmou que desabastecimentos pontuais podem ocorrer, mas afirmou que novas remessas estão chegando semanalmente. Ela afirma que o estoque estadual – que era de 23 mil doses no dia 3 – já subiu para 240 mil ontem e novo envio de mais de 1 milhão de vacinas será feito pelo ministério na próxima semana. “Temos em São Paulo mais de 5 mil salas de vacinação, então em algumas delas pode faltar, mas é rapidamente reposto.” Ela diz que, diante do quadro, o importante é que os municípios priorizem as ações de bloqueio vacinal (quando há vacinação de pessoas que tiveram contato com um caso suspeito) e sigam disponibilizando a imunização para quem não está protegido ainda. “Não há necessidade de correria porque quem mais precisa está sendo vacinado”, declarou.

Compra emergencial

Especialista em imunização da Opas, Lely Guzman confirmou que a organização recebeu do governo brasileiro pedido de compra de doses extras e disse que a instituição está se esforçando para atender à solicitação. “Parte da remessa já foi enviada e está em processo de liberação pelas autoridades brasileiras. O restante esperamos conseguir enviar ainda neste ano”, declarou, durante a 21.ª Jornada Nacional de Imunizações, evento promovido em Fortaleza pela Sociedade Brasileira de Imunizações.

Questionado sobre a situação da compra emergencial, o Ministério da Saúde informou que já foram adquiridos 28,7 milhões de doses da tríplice viral pela Opas e aguarda resposta em relação à aquisição de mais 18,7 milhões de doses. Para isso, diz a pasta, foram investidos cerca de R$ 325 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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