Foto: João de Noronha/O Estado |
Em 13 anos, número de estudantes do sexo feminino nas universidades cresceu 181%. continua após a publicidade |
Em 13 anos, o número de mulheres matriculadas em instituições de ensino superior cresceu 22% a mais que as matrículas de homens. No mesmo período, entre 1991 e 2004, o número de estudantes do sexo feminino cresceu 181% frente ao crescimento de 148% de estudantes masculinos, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
De acordo com a gerente de projetos da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Dirce Grosz, o aumento da escolarização das mulheres começou a ser verificado na década de 80. Ela diz que não há estudos que expliquem o fenômeno da explosão de matrículas femininas no ensino superior, mas há algumas possíveis respostas. "Há uma proporção maior de mulheres na população, principalmente a partir dos 20 anos de idade. Tem mais mulheres terminando o ensino médio do que homens. E, ao mesmo tempo, a mulher está buscando se aperfeiçoar para conseguir uma melhor colocação no mercado e no mundo do trabalho", avaliou Dirce.
Entre 1991 e 2004, o número de matrículas de mulheres passou de 833 mil para 2,3 milhões, enquanto que as de homens passaram de 731 mil para 1,8 milhão. Dirce Grosz explica que essa maior participação resulta em uma melhor qualificação da mulher. A escolarização maior, no entanto, não é suficiente para acabar com a disparidade de salários entre homens e mulheres. "Se olharmos as pesquisas, as mulheres recebem até 60% do que um homem recebe para fazer o mesmo trabalho, no mesmo posto, no mesmo tempo", alerta.
O diretor de Estatísticas do Ensino Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Dilvo Ristoff, compartilha da análise de Dirce Grosz. Ele acrescenta, no entanto, que esse fenômeno expõe um problema do sistema educacional brasileiro: a evasão escolar dos homens por conta do trabalho.
Se em 1991, a diferença de matrículas entre os dois sexos era de 132 mil, hoje ela já chega a 529 mil. Atualmente, cerca de 56% das matrículas nos cursos de graduação pertencem às mulheres. Isso em uma sociedade em que as mulheres representam cerca de 50,7% da população.