O corpo de Erica Almeida Marques, de 34 anos, assassinada com onze tiros pelo ex-marido, o major da Polícia Militar Breno Perroni Eleutério, em Niterói, foi enterrado neste domingo (30). O major confessou o crime e alegou ter atirado na ex-mulher porque ela ameaçara matá-lo. Eleutério já vinha sendo investigado pela Corregedoria da PM por agressões a Erica. Um grupo grande de parentes e amigos acompanhou o enterro, no cemitério de Maruí. O advogado da família, Josenildo Santos, disse que os parentes vão lutar para que se faça justiça. "Vamos buscar ações indenizatórias. Ele tem que ficar preso e perder a farda. Por ter uma patente e um porte de arma, não pode matar uma pessoa assim."
Pais de um bebê, Erica e Eleutério – que tem 37 anos e está há cerca de 20 na Polícia Militar – estavam separados havia um ano. Ela foi até a casa do ex-marido, no sábado, buscar a criança para que passassem juntos o réveillon. Quando Erica chegou, o ex-marido sacou sua pistola e disparou contra seu rosto. O filho mais velho da bancária, de dez anos, assistiu a tudo de dentro do carro da mãe.
Depois de cometer o crime, o PM ligou para a polícia e se entregou. Ele está preso no Batalhão Especial Prisional. A família de Erica contou que eles ficaram casados três anos e que o major não se conformava com a separação. Eleutério fazia ameaças constantes e chegou a obrigar a ex-mulher a assinar documentos abrindo mão da guarda do filho dos dois em seu favor. Hoje, na hora do enterro, ninguém sabia do paradeiro da criança. "O crime foi claramente premeditado. Ele tirou o bebê de casa com a empregada para matar a Erica e depois chamou a polícia para desfazer o flagrante", disse o advogado Josenildo Santos.
Um caso semelhante aconteceu em Vila Isabel, na zona norte do Rio, também ontem. Armado com uma faca, um homem de identidade não divulgada matou a namorada, Catarina de Castro, de 55 anos, e feriu sua filha, Ana Paula da Silva Barbosa, de 27. Ele as atacou depois que Catarina denunciou uma agressão anterior à polícia. O assassino está foragido.
