O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e o 14.º Distrito Policial (Pinheiros) investigam a morte da diretora de escola Janir Tuffani, de 48 anos. Ela foi submetida a seis cirurgias plásticas no Hospital Salt Lake, em Pinheiros, zona oeste da capital, em 30 de abril e faleceu, três dias depois, na sexta-feira passada, 3.
Segundo o hospital, Janir foi operada pelo cirurgião plástico Plínio Pinheiro, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Ela pagou R$ 20 mil pela colocação de próteses de silicone, retirada de bolsas de pele da pálpebra e de gordura das costas, perna, braços e barriga. No pós-operatório, Janir reclamou de fortes dores abdominais. A equipe de médicos plantonistas constatou uma hemorragia e entrou em contato com Pinheiro. A paciente foi encaminhada à UTI da Unidade Anália Franco do Hospital São Luiz, na zona leste, onde morreu.
Em menos de três meses é o segundo caso de morte no Salt Lake. No dia 5 de fevereiro, a diarista Maria Gilessi Pereira Silva, de 41 anos, faleceu duas horas após ser operada para colocar próteses de silicone. O 14.º DP investiga as duas ocorrências e vai apurar se há ligação entre os casos. “Vamos ver se foi a mesma equipe médica que atuou nas duas operações e em que condições ocorreu a segunda morte”, disse o delegado Gilmar Contrera. A sindicância do Cremesp também foi aberta nesta terça-feira, 7, e, segundo o órgão, deve durar de seis meses a 2 anos.
‘Hotelaria’
O Hospital Salt Lake informou que somente o cirurgião responsável poderia comentar o caso de Janir, uma vez que a instituição apenas oferecia “hotelaria hospitalar”. A assessoria de imprensa do hospital informou também que o Salt Lake foi comprado por outro grupo no dia 15 de abril, quando uma nova diretoria assumiu.
“As locações do espaço só ocorreram até o dia 30, dia em que Janir foi operada, a pedido do proprietário anterior. Agora, o espaço não fará mais hotelaria hospitalar, será um hospital geral”, informou a assessoria. O médico Plínio Pinheiro foi procurado pela reportagem, por e-mail e telefone, mas não respondeu às perguntas da reportagem até as 21 horas. A assessoria do Hospital São Luiz informou que não comentará o caso a pedido dos familiares de Janir. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.