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Reunião da CPI dos Correios: pedido de Valério foi negado por unanimidade.

Brasília – A mulher do publicitário Marcos Valério, Renilda Santiago de Souza, vai depor na CPI dos Correios na próxima terça-feira. Na terça-feira seguinte, dia 2 de agosto, serão ouvidos Simone Vasconcelos, funcionária de Valério que sacou mais de R$ 6 milhões das contas do empresário, e David Rodrigues Alves, policial civil em Minas Gerais que sacou R$ 4,9 milhões. Também foi aprovada a criação de sindicância para apurar o sumiço de documentos sigilosos da CPI.

Renilda tentou sacar na quarta-feira R$ 1,89 milhão de uma agência do BankBoston em Belo Horizonte. A intenção dela era tirar o dinheiro que está numa aplicação financeira. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda foi comunicado a respeito da intenção de saque e, em decisão conjunta com o Ministério da Justiça, pediu à Procuradoria-Geral da República que bloqueasse a transação e as contas de Renilda.

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Em nota, Valério afirmou que sua mulher não esteve em nenhuma agência bancária para fazer saques. O empresário afirma que há alguns dias o BankBoston enviou uma carta aos sócios da SMP&B e suas esposas comunicando-lhes que não mais queria tê-los como clientes e pedindo a transferência de suas contas para outra instituição. Valério garante que Renilda não tomou qualquer providência nesse sentido.

Ao sair da reunião administrativa da CPI, ontem, o senador Jefferson Peres (PDT-AM) disse que a proposta de acordo de Valério foi rechaçada por unanimidade pela oposição. O publicitário queria evitar a convocação da mulher e da secretária para depor. Em troca, ele assumiria o compromisso de colaborar com as investigações. Segundo Jefferson Peres, o acordo não dava garantia nenhuma de que o empresário daria mais informações. "O que a sociedade iria pensar?", perguntou o senador.

Negou

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Renilda divulgou nota ontem em que nega a tentativa de saque no BankBoston. Ela diz que "não tem qualquer fundamento a notícia" de que tentou retirar dinheiro da instituição financeira, "seja pessoalmente ou utilizando outros meios permitidos pelo sistema bancário nacional". Renilda alegou que no último dia 19 recebeu um telefonema de uma gerente do BankBoston (identificada apenas como "sra. Lenise"), comunicando-lhe que deveria sacar o dinheiro de sua conta, pois a mesma estava sendo, "unilateralmente encerrada".

Ela disse que informou à gerente que somente tomaria as providências exigidas após receber comunicação por escrito da instituição, "até porque sua conta encontrava-se bloqueada (como ainda está) pelo Banco Central".

Por meio de sua assessoria, o BankBoston confirmou que Renilda "não tentou fazer um saque em espécie da sua conta". O banco informou que não enviou carta à mulher de Marcos Valério solicitando o encerramento da sua conta corrente. A instituição assegura que todas as suas ações seguiram rigorosamente os termos da legislação vigente e que só comentou o assunto porque "a cliente em questão trouxe a público aspectos do seu relacionamento com o banco".

Renilda disse na nota que "lamenta que fato inexistente seja divulgado sem a devida apuração, denegrindo sua imagem e causando-lhe grave desconforto moral".