Mulher de militar desaparecido vai processar a União

Maria Goretti Olegário, de 40 anos, mulher do militar que desapareceu no dia 15 quando estava a serviço da Marinha na Antártida, vai processar o governo federal para garantir o recebimento de seus direitos de pensão por viuvez, apesar da ausência do corpo. A Marinha informou neste domingo (23), por meio de nota, que as buscas ao segundo-sargento Laércio de Melo Olegário, de 42 anos, foram encerradas. O militar estava na Marinha havia 23 anos, era mergulhador e morava em São Gonçalo, região metropolitana do Rio.

O sumiço do suboficial foi percebido quando o navio seguia das proximidades da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) em direção à Base Chilena Presidente Eduardo Frei (Base Frei), na ilha Rei George. Olegário estava desde outubro a bordo do navio e era a segunda vez que participava de uma missão na Antártida.

"Ninguém me ligou para avisar que as buscas foram suspensas. Estou muito triste, não sei nem explicar os meus sentimentos. Como podem cancelar as buscas sem falar com a família? Parece que eles não têm consideração por ele. Meu marido estava a trabalho do governo federal. Vou atrás dos meus direitos: quero a pensão, o direito de promoção e tudo o mais", afirmou Goretti. Ela não acredita que o marido tenha se suicidado por ser evangélico e "amar muito a família".

No sábado em que desapareceu ele voltaria ao Brasil, depois de protagonizar um incidente no dia anterior. "O comandante do navio nos disse por telefone que ele estava no bote levando algumas pessoas para o mar, quando acelerou e um colega caiu na água. Parece que ele não voltou para resgatar esse colega, que teve de ser salvo por outro bote. Meu pai falou para os oficiais que não conseguia explicar o que aconteceu por ter tido um ‘branco’. Aí a volta dele (ao Brasil) foi antecipada", contou a filha do militar, Aline, de 16 anos.

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