O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) no Pontal do Paranapanema, interior de São Paulo, iniciaram hoje uma manifestação pacífica contra o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp). Desde as primeiras horas do dia, integrantes do movimento protestaram em frente às agências do Itesp em Teodoro Sampaio, Mirante do Paranapanema e Presidente Bernardes. Cerca de 300 pessoas devem permanecer nos locais até a sexta-feira.
O grupo maior está em Teodoro, com 130 manifestantes. Eles reivindicam liberação de recursos para novos assentamentos. Em um boletim, o MST do Pontal acusa o Itesp de não prestar assistência técnica adequada aos assentados, de motivar a venda de lotes e de incentivar o plantio de cana-de-açúcar.
O texto diz ainda que o Itesp está permitindo R$ 29 milhões destinados à compra de terras no Pontal para a Reforma Agrária retornem, sem uso, aos cofres públicos da União e responsabiliza o coordenador do Itesp, Jonas Vilas Boas. O boletim também prega novas invasões: “Chega de humilhação, ocupação é a solução”.
Líderes alegam que em 12 anos no Pontal do Paranapanema o MST obteve o assentamento de mais de 20 mil pessoas. Nos últimos quatro anos seriam mais de 1.500 famílias acampadas, das quais “somente” 65 teriam sido assentadas pelo Estado. “O restante continua às margens de estradas, acampados sob barracas de lonas e enfrentando o sol, a chuva, a fome e as carabinas dos fazendeiro”, informa o texto.
Silêncio
O líder sem-terra José Rainha Júnior adotou a lei do silêncio e está recolhido em sua casa, por decisão do comando do MST. Rainha esteve preso preventivamente e foi liberado por habeas-corpus. Rainha responde a processo por formação de quadrilha, furto, danos qualificados e constrangimento ilegal. O responsável pelo Itesp em Teodoro Sampaio, Ibrahin Jorge Filho, não comentou o protesto.