MST pressiona e ameaça invadir até áreas produtivas

Desencantados com a atitude do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que parece cada vez menos disposto a cumprir a promessa de atualizar os índices de produtividade rural no País, os líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) planejam mudanças em suas táticas. Estudam a realização de uma jornada de ocupação de propriedades produtivas. O argumento do MST é que o governo, ao postergar a atualização dos índices com receio das reações da bancada ruralista no Congresso, desrespeita a Constituição e outras leis que tratam do assunto.

“Se o governo, os empresários rurais e os seus representantes acham que o caminho ideal é o não cumprimento das leis que preveem a atualização dos índices, isso nos dá o direito de descumprir a lei que impede a ocupação de propriedades produtivas”, disse ontem João Paulo Rodrigues, porta-voz da coordenação nacional do movimento. “Ao impedir o debate sobre desapropriação de propriedades produtivas, a bancada ruralista está montando uma arapuca para os próprios empresários rurais. Nós podemos pôr em andamento uma jornada de ocupação das chamadas terras produtivas”, continuou o porta-voz do MST.

Duas semanas atrás, após um encontro com o presidente Lula, em Brasília, representantes do MST saíram comemorando a promessa feita por ele de que os índices, em vigor desde 1975, seriam atualizados. Essa é uma antiga bandeira dos defensores da reforma agrária. Acredita-se que, com a mudança, seria possível identificar uma grande quantidade de terras que não estariam sendo adequadamente exploradas e, portanto, não cumprindo a função social prevista na Constituição.

A bancada ruralista e entidades de representação dos produtores reagiram à proposta, argumentando que a mudança prejudicaria um dos poucos setores da economia brasileira que vai bem a despeito da crise econômica mundial.

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