Pelo menos 60 agricultores ligados ao Movimento dos Sem-Terra (MST) invadiram sábado (5) a Fazenda Guarani, de 220 alqueires, no município de Presidente Bernardes, no Pontal do Paranapanema, inaugurando o prometido ?abril vermelho? em São Paulo. Na Bahia, o ?abril vermelho? começou com a ocupação, por 2 mil militantes do MST, da Fazenda Bela Manhã, da Aracruz Celulose, no município de Teixeira de Freitas, extremo sul do Estado.
O líder da ocupação, Weldes Queiroz, dirigente do MST na Bahia, disse que o objetivo da invasão é lembrar o massacre de Eldorado dos Carajás. A ocupação foi pacífica, mas a coordenação do MST não revelou a data em que eles pretendem deixar a propriedade.
Em Presidente Bernardes, os sem-terra chegaram em dois caminhões e em automóveis. Apesar do pequeno número de invasores, a ocupação marcou o início oficial do ?abril vermelho? no oeste de São Paulo, Estado em que a já tradicional palavra de ordem do MST tem mais repercussão. Foi a quarta ocupação da Fazenda Guarani somente este ano. No ano passado a propriedade sofreu seis invasões.
O coordenador do MST no Estado, Sérgio Pantaleão, afirmou que a fazenda ocupada é improdutiva: ?Só tem pasto e meia dúzia de gado (sic), é uma terra que é do governo. Se é do governo, é para ser destinada à reforma agrária?, afirmou. Por meio de seu advogado, Antonio Carlos Rodrigues, o empresário e arrendatário Nilson Riga Vitalli, de Presidente Prudente, contestou o coordenador do MST e negou que a área seja improdutiva. ?A fazenda é 100% produtiva, gera empregos e impostos. O rebanho é de 450 cabeças de gado?, disse Rodrigues.