O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) liderou nesta sexta-feira (25) um protesto em frente à sede do Ministério Público Federal (MPF) no Recife contra “o recrudescimento do processo de criminalização dos movimentos sociais”. Apoiados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), instituições de direitos humanos e parlamentares, o MST protocolou uma “carta de preocupação e repúdio” ao MPF.
O exemplo do MPF do Rio Grande do Sul serviu de bandeira. “Querem cassar o movimento (MST) sob o argumento de se tratar de uma organização marxista, que insufla a baderna e a agitação social”, indignou-se o deputado Fernando Ferro (PT-PE). “Esta é uma linguagem da década de 70, da época da ditadura militar.” Para o MST, a ofensiva do Estado contra os movimentos sociais tem se estendido por todo o território nacional, com ataques às lutas populares, aos povos indígenas, às organizações sindicais e ao direito de greve.
O ato no MPF e um outro na sede da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em Petrolina no Sertão do Rio São Francisco, marcaram a desocupação das sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na capital pernambucana e em Petrolina, onde trabalhadores rurais sem-terra acampam desde a última quinta-feira (24) como parte da jornada nacional de luta pela reforma agrária em torno do Dia Nacional do Trabalhador Rural, comemorado nesta sexta.