MST dá início ao ?Setembro Vermelho?

Recife (AE) – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) comandou ontem um protesto, dentro do ?Setembro Vermelho?, contra o descumprimento das metas de assentamento do governo federal, com seis bloqueios em cinco rodovias – três federais e duas estaduais -, no sertão pernambucano, e invasão de uma agência do Banco do Brasil em Petrolândia e do escritório do Incra em Petrolina, no Vale do São Francisco. De acordo com o movimento, 900 pessoas participaram das ações que ocorreram de forma simultânea e duraram cerca de seis horas. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Pernambuco (Fetraf) anunciou ontem, em um seminário, que poderá até pegar em armas e ir às ruas em defesa do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em São Borja (RS) uma fazenda foi ocupada.

A superintendente regional do Incra, Maria de Oliveira, negociou com os agricultores sem terra, marcando uma reunião hoje à tarde na sede do órgão, no Recife. O MST cobra a meta governamental de assentamento de 8,8 mil famílias no estado neste ano. Até agora, 1,5 mil foram assentadas. Na agência do Banco do Brasil, foi reivindicado crédito fomento para 554 famílias dos assentamentos Antônio Conselheiro 1, 2 e 3.

Maria de Oliveira não se surpreendeu com as manifestações. Ela pretende anunciar a instalação de 21 assentamentos que estão em vias de serem instalados, com capacidade para abrigar cerca de 2 mil famílias. A superintendente acredita que se não alcançar a meta, o Incra deverá chegar perto do que foi prometido. Os bloqueios nas estradas foram realizados com queima de pneus, galhos e troncos. Foram dois pontos na BR-232, um na BR-423, um na BR-101, outro na PE-95 e na PE-336.

O MST também ocupou, ontem, a Fazenda Palermo, em São Borja, no Rio Grande do Sul. A propriedade de 1,3 mil hectares fica a 594 quilômetros de Porto Alegre. Segundo o proprietário Renan Toniazzo, mais de 100 colonos estão na área, onde há criação de gado e plantação de milho e ?conta com maquinário expressivo?.

Defesa de Lula

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Pernambuco (Fetraf) decidiu ontem, em um seminário, que poderá até pegar em armas e ir às ruas em defesa do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão foi tomada por 160 agricultores e dirigentes sindicais de 62 municípios, que discutiram políticas públicas para os setores de reforma agrária, organização da produção, crédito, educação, cooperativismo e saúde.

?A agricultura familiar nunca teve tanto apoio de um governo federal como hoje?, justificou o presidente da Fetraf, João Santos, ao defender rigor na apuração nas denúncias de corrupção no governo federal e no Congresso. ?Nós confiamos e acreditamos no governo Lula e por isto nossa categoria está disposta a se armar e ir às ruas se preciso for.? Ele disse que com o presidente Lula todos os assentados da reforma agrária têm assistência técnica, enquanto os movimentos sociais recebem integralmente o total dos créditos negociados.

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