O Ministério Público Federal (MPF) irá pedir indenização de R$ 863.410.271,10 de empresas ou pessoas ligadas a desmatamentos ilegais no Mato Grosso entre agosto de 2016 e julho de 2017. No período, 53,5 mil hectares foram desmatados por 662 réus. O Estado é o campeão em desmatamento, seguido por Pará, Amazonas e Rondônia.
No País, 2,3 mil empresas ou pessoas foram associadas a 162.734,07 hectares desmatados. A indenização total estimada é de R$ 2,62 bilhões. Os nomes dos responsáveis pelos desmatamentos estão sob sigilo.
Os dados serão divulgados nesta quarta-feira, 6, na segunda fase do Amazônia Protege, desenvolvido pela 4ª Câmara de Coordenação e Revisão de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do MPF. O projeto conta com o apoio do Ibama e do ICMBio e foi criado para combater o desmatamento no Brasil.
Apesar de ter a maior área total desflorestada, o Mato Grosso não é o Estado com a maior quantidade de polígonos desmatados. O campeão é o Pará, com 416, enquanto Mato Grosso tem 411. Na sequência, aparecem Rondônia, com 346, e Amazonas, com 296.
Das 1.550 áreas desmatadas em todo o País, 644 estão situadas em glebas federais, 54 estão dentro de unidades de conservação e 18 estão em terras indígenas. Apenas 567, equivalente a 36% do total, registram algum tipo de embargo dos órgãos ambientais.
Os laudos periciais foram produzidos a partir da análise de imagens de satélite e do cruzamento das informações com bancos de dados públicos e serão enviados para os procuradores da República dos nove Estados que compõem a Amazônia Legal. O passo seguinte é a instauração de ações civis públicas com pedidos de reparação do dano ambiental e pagamento de indenização.