Os procuradores da República Fernanda Taubemblat e Márcio Schusterschitz da Silva Araújo e a procuradora-chefe Luiza Cristina da Fonseca Frischeisen pediram a abertura de investigação na área civil para apurar a utilização, pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de documento sem validade legal na guerra judicial para reabertura do Aeroporto de Congonhas.

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Uma outra representação está sendo aberta pelo coordenador da área criminal do Ministério Público Federal (MPF), Roberto Dassie Diana, que vai verificar se a instrução foi elaborada com a finalidade de obter na Justiça a liberação total da pista e se os responsáveis pelo recurso ao Tribunal Regional Federal usaram o documento por má-fé. "O caso é grave. Não questionamos a norma técnica. Pretendemos que seja apurado se a norma estava valendo ao ser apresentada à Justiça", disse Fernanda.

Em 22 de fevereiro, a diretora da Anac, Denise Abreu, levou à desembargadora Cecília Marcondes uma norma que proibia pouso de aviões com reverso inoperante em pistas molhadas como a garantia de que as operações em Congonhas seriam seguras. Na CPI do Apagão Aéreo, no entanto, Denise disse que o papel não tinha validade de norma. A juíza Cecília Marcondes disse que se sentiu enganada ao saber que Denise Abreu afirmou à CPI que a instrução não tinha validade.

A oposição na CPI do Apagão da Câmara reagiu. DEM e PSDB apresentaram requerimento para convidar a desembargadora a comparecer à CPI e encaminharam pedidos para abertura de processo por improbidade administrativa e de inquérito criminal por falsidade ideológica. "A diretora da Anac levou os documentos e induziu a Justiça ao erro. Possivelmente, tornou-se co-autora do acidente", afirmou Vanderley Macris (PSDB-SP). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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