MPE avalia erros cometidos pela Samarco

1. AVISO

O que aconteceu: A população de Bento Rodrigues não foi avisada sobre o rompimento da barragem Fundão. A conclusão é do Ministério Público Estadual (MPE-MG). Além da ausência de sirenes ou outros tipos de alarmes, uma das promotorias que investigam o caso já colheu mais de 50 depoimentos de moradores do vilarejo e não encontrou nenhum morador que tenha recebido os telefonemas que a empresa diz ter feito à população.

O que deveria ter acontecido: Na avaliação do MPE, a Samarco deveria ter encontrado formas de avisar a população tão logo o acidente tivesse acontecido, o que poderia ter resultado em número menor de mortos.

2. PLANO DE ABANDONO

O que aconteceu: Avisados por amigos ou vendo a iminência da tragédia, moradores saíram de casa às pressas e muitos passaram a madrugada no relento ou no mato, até serem resgatados.

O que deveria ter acontecido: Para o Ministério Público Estadual, a empresa deveria ter debatido com a comunidade um plano de abandono da cidade antes do desastre.

3. PLANO DE CONTINGÊNCIA

O que aconteceu: A lama que escorreu pelas barragens seguiu livre em meio aos rios da região, até chegar ao Rio Doce – usado para a captação de água -, descendo por mais de 650 quilômetros até o litoral do Espírito Santo.

O que deveria ter acontecido: O Ministério Público afirma que a empresa deveria ter propostas de contenção dos rejeitos de minério a uma distância razoável das barragens e meios para conter o avanço da enxurrada de lama.

4. ACOMPANHAMENTO DAS FAMÍLIAS

O que aconteceu: A Samarco abrigou as famílias que tiveram suas casas destruídas em hotéis de Mariana, mas o futuro dessas pessoas ainda segue indefinido.

O que deveria ter acontecido: O promotor Guilherme Meneghin, da Vara de Direitos Humanos de Mariana, afirma que, mais de duas semanas após a tragédia, as famílias já deveriam estar recebendo auxílio financeiro e ser informadas com clareza sobre a reacomodação em casas definitivas.

5. INFORMAÇÕES SOBRE DESAPARECIDOS

O que aconteceu: Familiares de desaparecidos têm poucas informações sobre as buscas, segundo promotores.

O que deveria ter acontecido: Para o Ministério Público, a Samarco deveria ter criado um canal de comunicação com essas famílias, para que elas tivessem acesso completo às informações vindas dos trabalhos de busca e salvamento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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