MP vai apurar falhas no caso de piloto de Goiás

O Ministério Público Federal (MPF) vai investigar a possibilidade de falhas de órgãos federais na queda de um bimotor na última quinta-feira (12) no estacionamento de um shopping center de Goiânia, segundo o procurador da República Raphael Perissé. “Deve-se estabelecer se houve ou não falhas na segurança do espaço aéreo brasileiro.” Após sequestrar a filha de 5 anos, Kleber Barbosa da Silva, de 31 anos, roubou a aeronave em Luziânia e, horas depois, pai e filha morreram na queda do avião.

“Precisamos saber qual foi a responsabilidade do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) e do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) no caso”, completou o também procurador Marcello Santiago Wolff. “Porque o Mirage – caça da Força Aérea Brasileira (FAB) – só faria a segurança de Brasília no episódio?”

O comandante-geral da Polícia Militar de Goiás, coronel Carlos Antonio Elias, convocou para a próxima semana uma reunião extraordinária para analisar o ataque ao shopping e estabelecer ações preventivas para casos semelhantes. “Eu fiz o percurso que ele (Kléber Barbosa da Silva) fez, verifiquei locais onde deu os rasantes e conclui que uma enorme tragédia poderia ter ocorrido”, disse ontem o coronel. O militar explicou que nessa reunião extraordinária serão destacadas as vulnerabilidades daquela área e definidas algumas medidas conjuntas com as forças de segurança, sobretudo a FAB.

Trata-se do segundo caso do gênero em Goiás. Em 29 de setembro de 1988, o maranhense Raimundo Nonato Alves da Conceição sequestrou um Boeing 737 da Vasp, em Belo Horizonte, e desviou para Brasília, onde pretendia lançar a aeronave sobre o Palácio do Planalto. Levado para Goiânia, atirou na perna do comandante Fernando Murilo de Lima como retaliação. Acabou detido e morto pela Polícia Federal.

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