O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) pediu o envio à Procuradoria-Geral da República da coleção de CDs com e-mails encontrados em poder do executivo Roberto Figueiredo do Amaral, ex-consultor do banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity. O MPF avalia que o conteúdo das mensagens aponta para autoridades, servidores e políticos que detêm foro privilegiado. Tais autoridades só poderiam ser investigadas mediante autorização expressa do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF).
São milhares de e-mails armazenados em 14 CDs que foram recolhidos na residência de Amaral durante operação realizada pela Polícia Federal (PF) em 16 de dezembro, por ordem do juiz da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Fausto Martin De Sanctis. A investigação é desdobramento da Operação Satiagraha. A troca de correspondência aponta para ex-ministros, empresários, lobistas e políticos intensamente empenhados no processo de privatização das teles. O auge da comunicação pessoal de Amaral, agora sob apuração, se deu entre os anos de 1999 e 2002.
O executivo, durante cerca de 20 anos, integrou a direção da empreiteira Andrade Gutierez. Entre 2000 e 2005 ele trabalhou como consultor de Dantas. Amaral caiu na malha da Satiagraha – investigação da PF sobre suposta ligação de Dantas com crimes financeiros e lavagem de dinheiro. O procurador da República Rodrigo de Grandis denunciou Amaral por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O procurador sustenta que o executivo foi contratado por Dantas para prestar assessoria em assuntos sensíveis do Grupo Opportunity.