São Paulo – A Justiça Federal aceitou ontem a denúncia do Ministério Público Federal para abertura de processo contra o ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf (PP) por evasão de divisas. Em outro processo, o Ministério Público pedirá que Maluf devolva aos cofres públicos R$ 5 bilhões. O dinheiro teria sido desviado de obras durante a gestão dele, entre 1993 e 1996. A denúncia foi feita pelo procurador Pedro Barbosa.
O prefeito Paulo Maluf e sua família são investigados pelo Ministério Público Estadual, pelo Ministério Público Federal e pela PF por suposta remessa ilegal de dinheiro ao exterior com base em documentos bancários enviados pela Suíça ao Brasil. Maluf foi indiciado no último dia 12 pela Polícia Federal por cinco crimes: lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal, formação de quadrilha e peculato (apropriação de dinheiro público), mas apenas o crime de evasão de dinheiro entrou na denúncia encaminhada por Barbosa.
Ele foi enquadrado no inquérito que investiga o envio ilegal de dinheiro para o exterior. O procurador afirmou ainda que a prisão de Maluf ainda não foi pedida, mas isso pode ser feito quando as demais denúncias forem instaladas. Ontem, em outro caso, Maluf também foi denunciado por improbidade administrativa. A ação é baseada em um inquérito instaurado em junho de 2001 e apresenta mais de 130 mil cópias de documentos, entre os quais estão provas de movimentações financeiras realizadas na Suíça. As cópias chegaram ontem à tarde em um caminhão ao prédio do Ministério Público Estadual.
O MP pedirá que Maluf devolva aos cofres públicos aproximadamente R$ 5 bilhões. O dinheiro teria sido desviado de obras durante a gestão dele, entre 1993 e 1996. O ex-prefeito divulgou uma nota ontem dizendo que nunca teve contas no exterior e que o objetivo dos promotores “é constranger a Justiça” e ajudar a eleger o tucano José Serra.
Enquanto isso, a petista Marta Suplicy disse ontem que recebeu com surpresa a declaração de voto de Paulo Maluf (PP) a favor de sua candidatura e espera que muitos malufistas acabem optando por ela no segundo turno. “Eu fiquei surpresa porque temos divergências conhecidas há muito tempo e ele declarou seu voto em mim”, disse a prefeita licenciada. “Eu pensei que provavelmente ele deve ter um grande respeito pelo trabalho que eu fiz na capital”, acrescentou Marta, dizendo que Maluf deve ter “um motivo muito sério” para ter desaconselhado seus eleitores a não optarem por José Serra (PSDB).
