Rio de Janeiro – O Ministério Público quer ouvir todos os deputados da Assembléia Legistativa do Rio de Janeiro (Alerj) citados nas gravações de conversas do deputado federal André Luiz (suspenso do PMDB por 60 dias) com emissários do empresário Carlinhos Cachoeira. Segundo a promotora Dora Beatriz da Costa, o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), e os deputados Alessandro Calazans (suspenso do PV), Dica (PFL) e Domingos Brazão (PMDB) serão convidados para depor ainda nesta semana.
"Como eles têm imunidade parlamentar, eles não são obrigados a vir. Mas eles têm o dever público de comparecer para prestar esclarecimentos", afirma a promotora. Segundo Dora, ela só está aguardando receber dos advogados de Cachoeira a transcrição de todas as gravações para marcar o depoimento dos deputados.
Amanhã, o Ministério Público vai colher o depoimento do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Como o empresário alegou estar recebendo ameaças de morte e pediu para não ser convocado para se deslocar para o Rio de Janeiro, o MP irá ouvi-lo, em Anápolis, mediante carta precatória.
Cachoeira afirma ter sido vítima de uma tentativa de extorsão de R$ 4 milhões para ter sua situação aliviada no relatório da CPI da Loterj, que apurou denúncias de corrupção na empresa pública de loteria do estado após o escândalo Waldomiro Diniz. Nas gravações, apareceriam também diálogos com o deputado Calazans, que presidiu a CPI da Loterj. As fitas com as supostas conversas do deputado, entretanto, ainda estão sendo periciadas.
Gravações
Novas gravações de conversas do deputado federal André Luiz com emissários de Cachoeira, divulgadas ontem pelo O Globo, envolvem também o presidente da Loterj, Jorge Picciani (PMDB). Nas gravações, André Luiz diz que Picciani tinha conhecimento da negociação para retirar o nome de Cachoeira do relatório final da comissão que apurou denúncias de corrupção na empresa pública de loteria do estado após o escândalo Waldomiro Diniz.
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