A lista dos quarenta denunciados no mensalão que são alvo de ações e inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) não esgota o rol de suspeitos de participação no atribulado escândalo de corrupção que abalou Brasília no ano passado. Tramitam no Ministério Público (MP) do Distrito Federal oito procedimentos abertos para apurar eventual prática de improbidade administrativa por parte de pelo menos 80 pessoas. Além de políticos do PT, os procuradores da República investigam também o possível envolvimento de pessoas ligadas a outros sete partidos – PPS, PTB, PL (atual PR), PP, PSB, PSDB e PFL.
Entre os investigados estão o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e os deputados federais do PT reeleitos João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP), já denunciados pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, junto ao STF por suposta prática de crime de corrupção.
Também estão sob investigação pessoas citadas no relatório final da CPI dos Correios que acabaram não entrando na denúncia. Por exemplo, o senador Eduardo Azeredo, ex-presidente do PSDB e ex-governador de Minas Gerais, e seu então candidato a vice, Clésio Andrade. Ambos, quando irrompeu o escândalo, negaram qualquer prática de irregularidade. Azeredo foi indiciado no relatório final da CPI, ao contrário de Andrade, cujo nome acabou retirado do texto.
A CPI e o MP apontaram também a existência de um grande esquema de compra de votos no Congresso para apoiar projetos do governo, tendo o ex-ministro José Dirceu como chefe e Marcos Valério como operador. O esquema era financiado por dinheiro obtido com o desvio de recursos públicos. A denúncia, que apontou crime dos quarenta principais envolvidos, até hoje não foi acolhida pelo STF.