Pelo menos 166 pessoas entre ex-deputados federais, prefeitos, empresários e servidores públicos já foram denunciadas pelo Ministério Público Federal por formação de quadrilha no esquema da máfia das ambulâncias, revelada pela Operação Sanguessuga. Boa parte dos envolvidos estão sendo ouvidos na Justiça Federal, em Cuiabá, que acolheu denúncia dos procuradores em Mato Grosso.
À Polícia Federal e à Justiça, os empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin – pai e filho, respectivamente – confirmaram o pagamento a parlamentares de propina de 10% a 15% sobre o valor de cada emenda apresentada ao Orçamento da União para a compra superfaturada de ambulâncias e equipamentos hospitalares em todo País. A quadrilha teria desviado R$ 110 milhões da União, a partir de 2001, por intermédio da empresa Planam. Deflagrada em maio de 2006, a Operação Sanguessuga prendeu 46 nos Estados do Acre, Mato Grosso, Paraná, Distrito Federal, Amapá e Goiás.
As investigações do Ministério Público e da Polícia Federal comprovaram que a quadrilha liderada pela família Vedoin atuava em três fases distintas. Primeiro, procuravam parlamentarem para apresentar emendas. A segunda fase correspondia à execução orçamentária e formalização dos convênios com os municípios que participavam do esquema. Por último, havia liberação dos recursos e pagava-se a propina aos envolvidos.
O delegado regional da PF, José Maria Fonseca, informou que existem cerca de 70 inquéritos que apuram fraudes em licitações para a compra de equipamentos hospitalares só em Mato Grosso. As investigações devem ser concluídas em dois meses.