A erva-mate produzida no Rio Grande do Sul e exportada para o Uruguai será analisada a pedido do Ministério Público Estadual gaúcho. O objetivo é verificar em quais condições o Ministério da Saúde Pública do país vizinho detectou excesso das substâncias chumbo e cádmio, metais pesados, no produto.

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O questionamento teve início em maio, depois que o jornal uruguaio El Pais publicou uma reportagem dizendo que as autoridades daquele país haviam retirado do mercado 200 toneladas de erva-mate produzidas no Brasil por causa da presença de níveis de chumbo superiores ao tolerado. Ainda não se revelou quais municípios teriam produzido a erva-mate em questão.

No Rio Grande do Sul, a produção de erva-mate é controlada e passa por constantes análises que não demonstraram resultados insatisfatórios em relação aos metais citados. Fontes ligadas ao setor acreditam que a diferença de legislação entre ambos os países pode ter causado o imbróglio. Eles também não descartam a hipótese de uma disputa comercial, já que a Argentina estaria de olho no mercado uruguaio.

Em junho, o Ministério Público da cidade gaúcha de Arvorezinha, no Vale do Taquari – principal região produtora de erva-mate no Rio Grande do Sul -, instaurou um inquérito civil para investigar a situação.

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Laboratório

Depois de encontro, na última sexta-feira, com representantes da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul (Seapa), ficou determinado que amostras do produto serão analisadas.

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Além de passar pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), as amostras do produto também serão enviadas para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o objetivo de verificar a quantidade dos metais e também se há adição de açúcar, em descompasso com o que as embalagens informam.