O Ministério Público Estadual (MPE) espera para os próximos dias que a Prefeitura anuncie o afastamento do maestro John Neschling da direção artística do Teatro Municipal. O Estado apurou que três órgãos da administração municipal estão mobilizados para suspender o contrato do maestro, que recebe R$ 150 mil mensais. Para os promotores, Neschling é suspeito de integrar um esquema de corrupção que desviou pelo menos R$ 15 milhões da Fundação Theatro Municipal. Ele nega as acusações.

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O corregedor-geral Daniel Gaspar de Carvalho, o controlador Gustavo Gallardo e o secretário de Negócios Jurídicos, Robinson Barreirinhas, analisam os fatos e documentos que ligam Neschling ao suposto esquema investigado pelos promotores do Grupo Especial de Combate a Delitos Econômicos (Gedec) – que apura crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e associação criminosa, entre outros – e do Patrimônio Público, que investiga a má gestão do dinheiro da Prefeitura. Nesta última apuração estão incluídos o prefeito Fernando Haddad (PT) e o ex-secretário da Cultura Juca Ferreira, além dos investigados no procedimento criminal.

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O Estado apurou que a intenção da gestão Haddad é suspender o contrato do maestro para preservar a imagem do prefeito, que se desgastou com o decorrer das investigações ao defender Neschling das suspeitas de corrupção. Ontem, a assessoria do maestro anunciou que Neschling faria “um comunicado público” no Municipal, na segunda-feira. Em seguida, a mesma assessoria desmarcou o encontro sem explicar o motivo.

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Segundo fontes ouvidas pelo Estado, Neschling estuda pedir o afastamento antes de ser tirado do cargo pela Prefeitura. Oficialmente, a administração municipal informou que o maestro continua na função. A assessoria de Neschling não se manifestou.

Cerco

As investigações estão concentradas no maestro nos últimos dias. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Teatro Municipal determinou que o passaporte dele fosse apreendido. A Polícia Federal informou aos parlamentares que faria a apreensão, mas o advogado do maestro, Eduardo Carnelós, conseguiu que a Justiça suspendesse a medida.

Já o Tribunal de Contas do Município (TCM) rejeitou as contas do Municipal referentes ao ano de 2014. E julgou irregular o contrato firmado com o Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC), órgão gestor.