O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) encaminhou nesta terça-feira (22) à Justiça a denúncia contra 13 pessoas acusadas de integrar um esquema de corrupção envolvendo camelôs da região do Brás e fiscais da Subprefeitura da Mooca, na capital paulista. O grupo era investigado desde março pelo MP. Os fiscais e assessores lotados na Subprefeitura da Mooca foram flagrados, durante interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, exigindo dinheiro para permitir a ação de vendedores ambulantes e carrinhos de lanche que não possuem licença da Prefeitura de São Paulo.
Segundo o órgão, foram denunciados os fiscais Edson Alves Mosquera, considerado o líder do grupo; Ronaldo Correa da Silva e Nilson Alves de Abreu; os vendedores ambulantes Ademir Batista Juvemar Pinto dos Santos, Maria Ivanilde Lima da Silva, Manoel Severino Bezerra de Melo, Hugo de Santana Andrade, João Jorge Cunha e Liziomar Rodrigues de Souza; o advogado Leandro Giannasi Severino Ferreira; Georges Marcelo Eivazian, assessor lotado na subprefeitura da Mooca; e o irmão dele, Felipe Eivazian, chefe da Fiscalização da subprefeitura.
O esquema foi desmantelado no dia 11, quando 11 dos 13 acusados foram presos. Os 13 denunciados tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça. Todos estão presos, à exceção de Juvemar Pinto dos Santos e Ademir Batista, ainda foragidos.
As investigações mostraram que o grupo conseguiu arrecadar, ao longo de 15 meses de atuação, R$ 15,9 milhões mediante a coleta semanal de propina dos ambulantes. No Largo da Concórdia, a quadrilha cobrava semanalmente R$ 1 mil de cada um dos 500 vendedores do local. No Brás, o grupo arrecadava entre R$ 10 e R$ 20 por semana de cada um dos mais de sete mil vendedores ambulantes da área.