A invasão na quinta-feira (17) da Estrada de Ferro Carajás (EFC), da mineradora Vale, em Parauapebas (PA), foi o ponto alto dos protestos do Movimento dos Sem-Terra (MST) para lembrar os 12 anos do massacre de Eldorado dos Carajás e pedir a aceleração da reforma agrária – em todo o País, ocorreram ações em 17 Estados e no Distrito Federal. O movimento garante que as invasões vão prosseguir.

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?Continuamos mobilizados. Ocupações de terra vão continuar, assim como outras ações. A data do dia 17 é simbólica, mas a luta continua, já que as reivindicações não foram atendidas?, disse José Batista de Oliveira, membro da coordenação nacional do MST.

A Justiça proibiu, em liminar concedida em março pela Justiça Federal do Rio, interdições da ferrovia e avisou que pode multar em R$ 10 mil o principal líder do MST, João Pedro Stédile, por desobedecer à determinação da liminar. ?A decisão judicial não foi respeitada?, reclamou a Vale, em nota. O MST, por sua vez, respondeu que há uma tentativa da empresa para criminalizar o movimento.

?A interdição não foi feita por nós, e sim pelo Movimento dos Trabalhadores em Mineradoras (MTM)?, disse Batista. Na liminar, a Justiça reconheceu o direito de o movimento promover ações, desde que não sejam ?atos violentos? ou interrompam a atividade da empresa. O MST e Stédile poderiam ser multados em R$ 5 mil por infração. Na ocasião, Stédile classificou a ação de ?uma idiotice?.

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Processos

Stédile foi processado duas vezes na Justiça do Rio Grande do Sul. Uma das ações, por incitação à violência, já foi extinta. A outra, por participação na organização de um ataque ao viveiro de mudas da Aracruz Celulose, em Barra do Ribeiro, está em andamento. Stédile é esperado para depoimento no dia 26 de junho. O primeiro caso foi decorrente de palestra que o líder do MST deu em Canguçu, no dia 26 de março de 2003, quando disse a assentados que havia mil trabalhadores rurais para cada latifundiário no País. Pela segunda ação, em 8 de março de 2006, 1,5 mil mulheres da Via Campesina depredaram o viveiro da Aracruz. Stédile deu entrevistas cumprimentando as autoras do ataque.

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