Movimento negro denuncia “brutalidade policial” na Bahia

Com trio elétrico e foliões engajados em defesa da população negra, o Instituto Cultural Steve Biko se juntou a outros grupos de protesto durante a passagem do bloco Mudança do Garcia no carnaval de Salvador.

?Em cada grupo de dez jovens de 15 a 18 anos assassinados na Bahia, sete são negros?, alertava uma das faixas confeccionadas pelo grupo, criado há 16 anos sob influência da história do sul-africano Bantu Stephen Biko, ativista que lutou pelo fim do apartheid. Um cartaz pedia ainda o ?fim da brutalidade policial?.

A reportagem de capa da revista Carta Capital desta semana aponta execução de jovens negros na Bahia. Com o título ?A revolta na periferia?, a matéria fala sobre protestos realizados após a morte de quatro rapazes. E informa que nos primeiros 20 dias do ano, 12 pessoas foram assassinadas pela polícia da capital baiana.

Coordenador do Steve Biko, o administrador Michel Chagas disse que os casos anunciados não são exceções. ?Isso não é um fato isolado. Não é de agora que nós denunciamos isso. Desde o início do ano passado, estamos avisando a polícia dessas práticas. É preciso mudar esse quadro da polícia".

Chagas defende mudanças radicais no modo de operar da polícia baiana. Segundo ele, os negros do estado são oprimidos e sofrem com o abuso de autoridade dos responsáveis pela segurança das ruas.

?Existe um processo de matar negros e negras na Bahia e os números comprovam isso. 80% das pessoas assassinadas são negras. Nós [do instituto] trabalhamos com educação, mas se não estivermos vivos, de nada vão adiantar os nosso projetos. É preciso oferecer uma outra proposta de segurança pública que não seja essa de matar as pessoas?, exigiu.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo