Os motoristas e cobradores de ônibus do Grande Recife retomaram nesta quarta-feira a atividade, mas por poucas horas, depois que o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Pernambuco considerou o movimento “abusivo” e ordenou o fim da paralisação, iniciada na segunda-feira, 1. Diante da insatisfação com o aumento de 7% determinado pela Justiça – os profissionais querem 33% e a classe patronal ofereceu 3% -, a greve foi retomada.

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À tarde, a estimativa dos grevistas era de somente cerca de 20% dos coletivos estavam nas ruas, com perspectiva de maior adesão, uma vez que a paralisação, por tempo indeterminado, agora em protesto contra a sentença judicial, uniu o Sindicato dos Rodoviários e a Oposição Rodoviária de Verdade CST/Conlutas, em torno da mesma causa. As lideranças das duas facções garantem ignorar a Justiça do Trabalho, sem temor de represálias.

 

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“A classe está em uma situação de abandono e o percentual determinado pela justiça foi muito aquém das necessidades”, afirmou o secretário-geral do Sindicato dos Rodoviários, Diógenes José de Souza, que também considerou “inaceitável” o aumento do valor do vale refeição – de R$ 160,00 para R$ 171,00. A categoria quer R$ 300,00.

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“A determinação da justiça foi uma afronta”, reagiu o líder da Oposição Rodoviária de Verdade, Aldo Lima, que não reconhece a representação do sindicato e afirma que a manutenção da greve se deve à oposição, que teria sob sua liderança a maioria dos profissionais. A oposição não pretendia participar de uma assembleia marcada pelo sindicato para o fim da tarde e quer a saída do presidente da entidade, Patrício Magalhães.

A classe patronal afirma não ter condição de dar o aumento solicitado e lembra que um reajuste não poderia refletir no custo da passagem, que foi reduzida recentemente em R$ 0,10, passando para R$ 2,15. O Sindicato das Empresas de Transportes de Pernambuco (Urbana) liberou as empresas para punirem os grevistas. Demissão e corte de ponto são

algumas das alternativas. A população enfrentou mais um dia de dificuldade e filas. Instituições como a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) suspenderam as aulas nos turnos da tarde e da noite.