Mortos no carnaval de Santos são enterrados hoje

Solange Aparecida Noronha deixou a Santa Casa de Misericórdia de Santos, onde estava internada desde terça-feira (12), sem autorização dos médicos. Em uma cadeira de rodas por causa dos ferimentos nas pernas e nos pés, ela fez questão de comparecer ao velório e ao enterro da filha, a promotora de eventos Mirela Diniz Garcia, de 19 anos, que morreu eletrocutada na madrugada de terça-feira, quando o carro alegórico da Escola Sangue Jovem, que já se encontrava fora da área de dispersão do desfile, atingiu a rede elétrica. Mirela estava sentada em uma cadeira de alumínio na porta de sua casa, junto com outras pessoas da vizinhança. Momentos antes do acidente, ela havia pedido que tirassem a filha de três anos do local.

O clima era de consternação nesta quarta-feira, quando foram enterradas as quatro vítimas fatais do acidente com o carro alegórico Rei da Bola, que fazia uma homenagem ao Rei Pelé. O ajudante de pedreiro Leandro Monteiro, que completaria 27 anos hoje, foi enterrado no Cemitério Municipal de São Vicente. Os R$ 40,00 que ganharia no transporte do carro seriam utilizados em uma festa que pretendia dar para a família. Leandro era casado e tinha cinco filhos. Ludenildo da Silva Militão, de 25 anos, que era amigo de infância de Leandro, também foi enterrado no mesmo cemitério. Já o organizador de eventos, Wictor Ferreira, de 29 anos, foi enterrado no Cemitério da Filosofia, em Santos.

Quatro das nove pessoas feridas em consequência do acidente permaneciam internadas nesta quarta na Santa Casa. O quadro era estável, mas ainda não havia previsão de alta, de acordo com o hospital. Enquanto os feridos se recuperam, a Polícia Civil dá prosseguimento à perícia no veículo. Ainda não se sabe se a barra de direção do carro quebrou, quando o condutor perdeu o controle do veículo, esbarrou na calçada, atingindo os fios de alta tensão. De acordo com a CPFL, concessionária de energia elétrica da região, uma descarga superior a 13 mil volts foi descarregada sobre o carro, matando os três rapazes que o transportavam e mais a jovem que estava na calçada.

O carro alegórico que atingiu a rede elétrica havia acabado de desfilar, trazendo o ex-craque Coutinho, companheiro de Pelé, como destaque, acompanhado de 22 crianças. Após o incêndio, o pai de um dos garotos afirmou que o veículo estava com problemas e que chegou a ser cogitada a possibilidade de não sair no desfile. Tudo isso está sendo apurado em inquérito aberto no 5º Distrito Policial de Santos. A Polícia tem prazo de 30 dias para concluir a investigação.

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