Morto no Aconcágua velado em SP

Sorocaba – O corpo do dentista Eduardo Alvarenga da Silva, de 40 anos, morto durante a escalada do pico do Aconcágua, na Argentina, deve chegar hoje ao Brasil. Ele será velado em Sorocaba, cidade onde residia, a 92 quilômetros de São Paulo. Silva morreu na sexta-feira, horas depois de atingir o cume, na companhia de sua mulher, a jornalista Rita Bragatto. Ele sofreu parada cardiorrespiratória em razão do cansaço e do frio excessivo. A jornalista foi encontrada com vida e colocada fora de perigo.

O corpo do dentista só foi resgatado no domingo. Ontem foi submetido a autópsia no Instituto Médico-Legal (IML) de Mendoza. A liberação para o traslado, no entanto, dependia da emissão da certidão de óbito e de documentos que estavam sendo providenciados pelo Consulado do Brasil na região. O tio de Eduardo, Alcebíades Alvarenga da Silva, disse que os papéis estavam bem encaminhados. "Só podemos agradecer a grande ajuda que as autoridades brasileiras e argentinas estão dando a nossa família."

Rita e Eduardo estavam casados havia 12 anos e ficaram conhecidos como o "casal aventura", em razão das viagens e desafios que enfrentavam. Eles haviam escalado montanhas nos Estados Unidos, Bolívia e Brasil e tinham feito uma viagem para as regiões geladas da Patagônia. O casal tinha dedicado os últimos 7 meses para a escalada do Aconcágua. O cardiologista Marcelo de Marchi, que também é alpinista, considerou boa a preparação, mas lamentou que eles não tivessem levado um guia na subida ao cume. Também considerou que seria mais prudente ter iniciado a escalada final bem cedo para chegar ao cume em pleno dia. "Atingir o cume é apenas 50% da jornada", disse.

O pai de Eduardo, Archimedes Alvarenga da Silva, mostrou preocupação e pediu muitos cuidados ao filho, quando este se despediu para a viagem. "Agora, vamos ficar com a dor e com as lembranças", disse.

Atraso no resgate

A jornalista Rita Bragatto, viúva de Eduardo Alvarenga da Silva, responsabilizou o atraso no resgate pela perda do marido. Rita informou no domingo que estava muito abalada psicologicamente e não conseguia dormir. O dentista e a mulher subiram o Aconcágua sem a ajuda de nenhum guia ou agência de viagens, mas tiveram acompanhamento de uma academia de medicina esportiva da cidade de Sorocaba quando se preparavam para a aventura. A informação é de João Batista Sartorelli, padrasto de Rita. Segundo Sartorelli, o marido dela não tinha qualquer problema de saúde.

"Os dois estavam acostumados a fazer viagens de aventura."

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