Morto em tiroteio em favela no Rio é identificado

A Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou a identidade do homem morto na madrugada desta quinta-feira, 24, durante intenso tiroteio na favela do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, zona sul do Rio. Há quatro anos, a favela recebeu uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

Segundo os policiais, a vítima dos disparos foi Thomas Rodrigues Martins, 32 anos. Ele tinha três passagens pela Polícia, sendo uma por roubo, em 1999, uma por tráfico de drogas, em 2004, e outra por tráfico de drogas e porte de arma de fogo, em 2008.

A Polícia Militar afirma que quatro PMs faziam um patrulhamento rotineiro, por volta de 3h15 da manhã, quando foram recebidos a tiros por criminosos que teriam ligação com o tráfico no Pavão-Pavãozinho. Os PMs revidaram, matando Thomas.

Em seguida, pelo menos 30 moradores da comunidade improvisaram uma maca com um pedaço de madeira e levaram o corpo do suposto criminoso através do caminho íngreme da rua Saint Roman até chegar à rua Sá Ferreira, já uma zona urbanizada e ocupada por hotéis e prédios de apartamentos de valor elevado, em direção à avenida Nossa Senhora de Copacabana, uma das mais importantes vias do bairro da zona sul carioca.

Eles chegaram à esquina e se revoltaram porque o atendimento teria demorado. Tentaram colocar a maca improvisada com o corpo no meio da avenida Nossa Senhora de Copacabana para chamar a atenção, mas foram contidos pela polícia.

Segundo PMs que estavam de serviço, duas equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) estiveram no local, quando constataram que Thomas já morrera. Da passagem da Samu até a chegada dos bombeiros para remover o corpo, teriam se passado 40 minutos. Neste meio tempo, a rua Sá Ferreira foi fechada pelos moradores da comunidade, indignados com a suposta demora do atendimento e a morte de Thomas.

Quando o dia amanheceu, a rua Sá Ferreira estava cercada por pelo menos cinco viaturas, com 30 homens só do 19º Batalhão, sediado em Copacabana. Eles fizeram a segurança no local e tentaram convencer a comunidade de que a normalidade poderia ser restabelecida.

O comércio do entorno – composto de uma pastelaria, lojas de roupas, uma ferragem e alguns pequenos restaurantes e lanchonetes – optou por não abrir as portas.

Segundo o tenente-coronel André Belloni, muitos dos comerciários da Sá Ferreira são moradores do Pavão-Pavãozinho, que temem represálias caso não respeitem o “luto” imposto pela morte de Thomas. “Disse a eles que era seguro, que tudo estava normalizado, mas não podemos obrigá-los a abrir as portas.”

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