Mortes registradas superam projeções em 13,3%

A estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é que houve subregistro (diferença entre a projeção demográfica e o que foi efetivamente registrado) de óbitos de 13,3% no Brasil em 2007, porcentual ainda elevado, mas muito inferior ao apurado em 1992 (23,6%), por exemplo. Os dados são da pesquisa Registro Civil, divulgada nesta quinta, e que mostra que as diferenças regionais são gritantes. Enquanto na região Norte o porcentual de sub-registros de óbitos chega a 29,0% e no Nordeste, a 31,2%, no Sudeste é de 2,7% e no Sul, de 1,5%. No Centro-Oeste, segundo a pesquisa, o porcentual é de 10,4%.

No caso dos óbitos infantis (menores de um ano de idade) a situação é mais grave, e o porcentual de subregistros atinge 46 4% no País, puxado pelas regiões Nordeste (68,9%) e Norte (42 6%). Os pesquisadores destacam que ainda são poucos os estados brasileiros em que as estatísticas de óbitos apresentam boa qualidade, como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Segundo o documento de divulgação do IBGE, esses estados mostram indicadores de óbitos "confiáveis".

Segundo o documento de divulgação do IBGE, "o quadro descrito sobre os problemas relacionados ao subregistro dos óbitos como um todo e infantis, em particular, reflete, claramente, o grau de desigualdade de acesso a determinados bens e serviços, inclusive os de saúde".

Os pesquisadores acrescentam que "os baixos níveis de remuneração e os índices de analfabetismo funcional ainda elevados, no Nordeste, são alguns fatores que vêm se reproduzindo ao longo das décadas e, portanto, relacionam-se às ainda elevadas proporções de sub-registro de óbitos de crianças". Segundo os técnicos, no Norte há influência também das distâncias entre as comunidades locais e os cartórios.

Para os técnicos do IBGE, a reprodução do ciclo de nascer e morrer sem aparecer nas estatísticas oficiais só será rompida pela inserção de segmentos populacionais no acesso a determinados bens e serviços.

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