A Polícia Civil de Alagoas apresentou hoje o primeiro balanço oficial sobre as mortes de moradores de rua no Estado. De acordo com as investigações realizadas com o auxílio da Força Nacional de Polícia Judiciária, a polícia alagoana concluiu que a maioria dos crimes foi motivada por questões relacionadas ao tráfico de drogas e brigas ocasionais entre elas. Ao todo, foram investigados 39 casos, sendo 37 homicídios e duas tentativas, já que as vítimas sobreviveram aos ataques.
Apesar de o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) ter cobrado a apuração total dos casos, o relatório indica que apenas 60% dos assassinatos estão esclarecidos – com autoria definida -, e sete acusados estão presos. “Dos 14 crimes com autoria ainda não definida, cinco já estão com linhas de investigação bastante adiantadas”, segundo o relatório. De acordo com o documento, os acusados de vários crimes já esclarecidos foram identificados e alguns tiveram a prisão preventiva decretada, mas seus nomes são mantidos em sigilo para não prejudicar as investigações.
Já foram presos Cássio Cícero Damasceno, o ‘Cição’, acusado de matar José Roberto Fragoso, o ‘Lobisomen’; Rodrigo Alexandre da Silva, de 21 anos, o ‘Lanchinho’, que teria matado o flanelinha Wanderson Bezerra Félix, o ‘Timbalada’; José Carlos Neves dos Santos, de 26 anos, ‘Gambá’, acusado de assassinar um jovem conhecido como ‘Piuiu’ ou ‘Fedorento’; José Everaldo da Silva, apontado como matador de Adnelson Araújo da Silva, crime ocorrido no centro de Maceió; e José Jorge da Silva, de 25 anos, acusado de assassinar a companheira Patrícia Vicente da Silva, em Arapiraca, arrancado seu coração. Destes, ‘Gambá’ foi solto por ter recebido da Justiça a liberdade provisória.
O ex-policial civil Miguel Rocha Neto também está preso, acusado de dois assassinatos, um no bairro do Farol e outro no bairro do Poço, em frente à sede do Ministério Público Estadual (MPE), na capital alagoana. Outros três policiais civis – denunciados pelo MPE – são investigados por participação na morte de um morador de rua executado no Parque Rodolfo Lins, no Farol.
O relatório reconhece que alguns casos têm características de grupo de extermínio, mas apresenta apenas um matador: Luiz Carlos Soares da Silva Santos, que é conhecido como ‘Orêia’ e trabalhava como vigilante autônomo para uma rede de supermercados. Ele é acusado de quatro assassinatos contra moradores de rua, todos no bairro da Levada, principalmente na região do Mercado Público da capital alagoana. O vigilante também está preso.