Em sete anos, caiu 17% o número de mortes de crianças até 14 anos, de acordo com estudo da organização não-governamental (ONG) Criança Segura. Para a avaliação, a organização utilizou os dados mais atuais divulgados pelo Ministério da Saúde – de 2000 a 2007. Apesar da queda no número de vítimas, 90% dos acidentes poderiam ser evitados. “Trata-se de um grave problema de saúde pública, que atinge principalmente famílias de baixa renda, a maioria em países em desenvolvimento”, comenta a coordenadora de Políticas Públicas da ONG, Luiza Batista de Sá Leitão. “De acordo com estudos norte-americanos, seria possível fazer alguma intervenção para que não ocorressem esses acidentes.”

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Acidentes – de trânsito, afogamentos, sufocações, queimaduras, quedas, intoxicações e outros – ainda são a principal causa de mortes de crianças no Brasil. Em 2000, 6.656 menores de 14 anos foram vítimas de acidentes em todo o País – 13,20 casos por 100 mil habitantes. Em 2007, o número caiu para 5.325 – 11,02 por 100 mil. Das 6,9 mil crianças brasileiras que morreram em 2007 de causas externas (acidentes e violência), a maioria (77%) foi vítima de acidentes. Um problema mundial, aliás. De acordo com o Relatório Mundial Sobre Prevenção de Acidentes com Crianças, lançado em dezembro pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Unicef, 830 mil crianças morrem em todo o planeta, por ano, por causa de acidentes.

“O número de hospitalizados (em decorrência de acidentes) é alto. Por isso, a conscientização e a prevenção deveriam ser encarados como prioridade”, adverte a coordenadora da ONG. “Não adiantam campanhas pontuais”, defende Luiza. “Precisamos de um programa contínuo.” O próximo domingo será o Dia da Prevenção de Acidentes com Crianças, data instituída pela ONG. “Estamos convidando instituições, como escolas e igrejas, para a mobilização em prol das prevenção de acidentes”, diz a coordenadora. “Será um alerta público.” Espera-se agora que, no próximo levantamento, os números sejam mais positivos.

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