A morte do senador Antonio Carlos Magalhães, a maior liderança do DEM na Bahia, não deverá enfraquecer o partido, na avaliação de destacadas figuras da legenda. Para eles, ACM, que morreu na sexta-feira, aos 79 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos e insuficiência cardíaca, já não representava a força que movia montanhas na política. Acredita-se até que o DEM possa recuperar a influência que já teve no Estado.
Desde as eleições de 2006, ACM deixara de ser um vetor de permanente tensão dentro do seu partido. Seus colegas do antigo PFL acham que, com a decepção pelo resultado eleitoral de 2006, ele, já alquebrado pela doença, acabou de perder o que lhe restava de energia. Pela primeira vez na história, o cacique baiano foi alijado dos poderes federal, estadual e municipal. Sua bancada na Câmara, que já teve mais de duas dezenas de deputados, foi reduzida a 13 – e hoje são 9.
Figuras nacionais do DEM dizem que morte de ACM deixa o partido pacificado e arrumado na Bahia. Num primeiro momento, não há razões para disputas. O presidente regional é o ex-governador Paulo Souto, que ambicionava herdar o comando do DEM. Mas todos sabem que ACM dava força para o neto, hoje deputado federal, que pode disputar o governo em 2010.
Em princípio, Souto e ACM Neto estão acertados. ACM Neto tem influência em Salvador, onde é a maior figura do partido, embora sem grandes chances de concorrer à prefeitura, em 2008; e Souto tem expressão no interior. Se os dois souberem somar o prestígio que detêm, dizem políticos do DEM, poderão restaurar a influência do partido.
