Mortalidade infantil caiu 13% em seis anos

O Brasil reduziu, em média, 13% dos óbitos entre menores de um ano nas 557 microrregiões do país, de 1999 a 2004. A análise faz parte do artigo "Uma análise do Programa Saúde da Família e a mortalidade infantil no Brasil" (Going to scale with community-based primary care: An analysis of the family health program and infant mortality in Brazil, 1999-2004), publicado pela Social Science & Medicine. A redução está associada à melhoria da qualidade da atenção básica e da ampliação do Programa Saúde da Família, em especial nos estados das regiões Norte e Nordeste do país. Os autores debatem pesquisas nacionais e internacionais.

Na mortalidade pós-neonatal (28 dias a um ano) a queda chegou a 16%, em média, sendo que as mortes por diarréia sofreram queda de 44% nesse grupo.

Foram avaliadas 557 microrregiões que abrangem os 5.564 municípios brasileiros. Segundo o estudo, o PSF cobre 60% da população dessas microrregiões. 

Embora o país tenha obtido essa expressiva redução da mortalidade infantil, o estudo indica o aumento dos óbitos neonatais precoces, aqueles que ocorrem até seis dias de vida. Esse dado indica a necessidade melhoria na assistência ao bebê ainda na maternidade.

Também houve crescimento da ordem de 10% na quantidade de bebês com baixo peso, crianças que nascem com menos de 2.500 gramas.

Saúde Brasil

De acordo com a publicação "Saúde Brasil 2006 – Uma análise da desigualdade em saúde", as causas de mortalidade infantil no Brasil sofreram alterações no decorrer das últimas décadas como conseqüência do Programa Saúde da Família (PSF), a Terapia de Reidratação Oral, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), além da ampliação da Atenção Integral à Saúde da Mulher e a melhoria das condições de saneamento no Brasil.

Houve também o progressivo aperfeiçoamento dos sistemas de informação que fornecem dados para o cálculo da taxa de mortalidade infantil, tais como os sistemas de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc). No entanto, ainda existem problemas localizados no Norte e Nordeste quando são avaliadas as coberturas e qualidade das notificações. Alguns dos exemplos são os estados do Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas, Tocantins, Piauí e Pará, que tiveram cobertura dos óbitos de menor de um ano abaixo de 70%, em 2004.

Este problema de registro, identificado em vários estados do país, exigiu que o estudo fosse realizado com base na estimativa da taxa de mortalidade infantil para as microrregiões.

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