Morre suspeito de maus-tratos ao filho que foi linchado

Após ter sido linchado por moradores da Vila Tibério, bairro de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), Adenilson Cabral dos Santos, 19, morreu ontem.
O linchamento, segundo a polícia, ocorreu porque os moradores acusam Santos de ter causado a morte do próprio filho, de sete meses, no último sábado.
Santos morreu após sofrer traumatismo craniano decorrente das agressões. Ele estava internado na Santa Casa de Ituverava.

Segundo a polícia, ele e a mulher, Bruna Tamires Oliveira Silva, 18, mãe do menino, eram usuários de crack e moravam na Favela do Brejo, em Ribeirão.
O velório e o enterro do rapaz estão marcados para hoje, em Miguelópolis, cidade onde residem os pais do rapaz.

Bruna também chegou a ser agredida, porém sem ferimentos graves, segundo a mãe dela, Maria Rosinete da Silva. A mulher de Santos está grávida de três meses e foi morar em Jardinópolis.

Depois de saber que o filho foi agredido, Santos foi levado para Miguelópolis pela família, mas ao ver piorar o estado de saúde do rapaz, seus pais o levaram para a Santa Casa de Ituverava, segundo um funcionário da Santa Casa que acompanhou o caso.

Origem das agressões

A mãe de Bruna afirmou, no boletim de ocorrência, que o neto de sete meses não sofreu agressões do casal. Segundo ela, ele ficou ferido após uma queda no banheiro.

O menino morreu no sábado, após ser atendido na UBDS (Básica Distrital de Saúde) do Sumarezinho. Ele apresentava ferimentos na cabeça e febre antes de sofrer parada cardiorrespiratória que culminou na morte.

Ainda sem registro de nascimento, a criança passou, pelo menos, três vezes pela unidade do Sumarezinho entre 10 de março e 2 de junho.
O atestado de óbito relata que a criança morreu de pneumonia e choque séptico. Porém, um lado do IML (Instituto Médico Legal) deve revelar a causa da morte em até 60 dias.

A Polícia Civil afirma que o caso foi registrado como lesão corporal seguida de morte.

A morte do menino será investigada pela Delegacia de Defesa da Mulher de Ribeirão Preto. Já o caso do pai ficará sob os cuidados da Polícia Civil de Ituverava.

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