Morreu hoje, no Rio de Janeiro, o radialista Luiz Mendes, aos 87 anos. Um dos mais longevos de sua profissão, Mendes trabalhou até os últimos anos de sua vida na Rádio Globo, e era conhecido pela alcunha de “o comentarista da palavra fácil”. Torcedor do Grêmio e do Botafogo, o gaúcho de Palmeira das Missões morreu de complicações de uma leucemia linfocítica crônica, segundo informou a assessoria do Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, onde estava internado desde o dia 18 de outubro.
Mendes construiu uma carreira de mais de 60 anos, trabalhando no rádio e nos primórdios da TV no Brasil e era conhecido pela simplicidade no jeito de falar e a delicadeza em seus comentários, nos quais sempre procurava uma palavra sutil mesmo para traçar uma análise negativa de um jogador.
Mendes participou das coberturas de todas as Copas do Mundo entre 1950, no Brasil, e 1998, na França. Das edições de 2002 a 2010, fez suas análises do Brasil, já debilitado por uma diabetes e pela idade avançada.
Um dos momentos mais marcantes de sua trajetória foi quando narrou o gol marcado por Gigghia, para o Uruguai, na final da Copa do Mundo de 50, contra o Brasil, no Maracanã. Costumava dizer, porém, que seu jogo inesquecível havia sido a final do Mundial de 1958, entre Brasil e Suécia, quando os brasileiros conquistaram seu primeiro título. Mendes deixou viúva a atriz e radialista Daisy Lúcidi, com quem viveu por 64 anos e teve um filho, que lhe deu netos e uma bisneta.