Morre no Rio o economista Celso Furtado

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Furtado: um dos maiores
pensadores brasileiros.

São Paulo – O economista Celso Furtado morreu ontem em sua residência, no Rio de Janeiro. A morte foi comunicada aos jornalistas pelo senador Aloizio Mercadante, depois que dirigentes do PT reunidos em encontro do Diretório Nacional, em São Paulo, receberam a informação e fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao economista. Mercadante falou da importância do economista para o país. O corpo está sendo velado na Academia Brasileira de Letras, no Rio.

"Foi um homem que pensou com muita grandeza no desenvolvimento deste país, um brasileiro", afirmou Mercadante, que classificou a perda como irreparável para o país. Celso Furtado participou do movimento de apoio à permanência de Carlos Lessa na presidência do BNDES.

Celso Furtado nasceu, em 1920, em Pombal, Paraíba. Entre 1944 e 1945, participou da Força Expedicionária Brasileira, durante a Segunda Guerra Mundial, na Itália. Doutor em Economia pela Universidade de Paris-Sorbonne, figurou entre os maiores pensadores mundiais de seu tempo, sendo inclusive candidato ao prêmio Nobel de Economia. Desde os anos 50, Furtado desenvolveu teorias sobre o desenvolvimento econômico e estudou em profundidade a história econômica do Brasil e a América Latina.

Seus livros Formação Econômica do Brasil e A Economia Latino-Americana foram traduzidos para uma dezena de línguas, inclusive para o chinês e o persa, e influenciaram a famosa Escola dos Anais, como reconheceu um de seus fundadores, o historiador Fernand Braudel. Seus estudos sobre a história dos Estados Unidos e a formação do capitalismo na Europa são considerados clássicos. Em 1953, o economista presidiu o grupo misto da Organização das Nações Unidas, responsável pela elaboração do estudo sobre a economia brasileira adotado como base do Plano de Metas do governo Kubitschek, dois anos depois.

Como homem público tornou-se conhecido por ocasião da criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em 1958, durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek. Posteriormente, ele ocupou o posto de ministro do Planejamento do governo João Goulart.

Em seguida ao golpe militar de 1964, Furtado teve seus direitos políticos cassados e viveu no exílio, primeiro nos Estados Unidos, como professor da Universidade de Yale, e depois na França, como professor da Universidade de Paris (1965-85) e da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais. Com a redemocratização do país, foi embaixador do Brasil junto à Comunidade Econômica Européia, em Bruxelas, e ministro da Cultura.

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