O escritor e psicólogo João W. Nery morreu na sexta-feira, 26, aos 68 anos. Nascido com o nome Joana, foi a primeira pessoa a passar por uma cirurgia de redesignação para o gênero masculino no Brasil, em 1977. Ele era ativista da causa LGBT e enfrentava um câncer no pulmão.

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Nery foi enterrado na tarde deste sábado, 27, no Cemitério São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro. O psicólogo era casado com Sheila Salewski e tinha um filho. Ele contou parte da própria trajetória nos livros “Vidas Trans: A Coragem de Existir” (2017), da editora Astral Cultural, e “Viagem Solitária: Memórias de um Transexual 30 anos Depois” (2011), da editora Casa da Palavra.

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Em 2018, ele contou ao jornal O Estado de S. Paulo como conseguiu tirar uma carteira de identidade masculina em plena ditadura militar, gesto que o impediu de continuar exercendo a profissão de psicólogo. “Para fazer um novo registro, do sexo masculino, fui ao cartório no peito e na marra e disse simplesmente que não tinha documento algum. Que precisava tirá-los.”

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Artistas e ativistas LGBT postaram homenagens nas redes sociais. “João W. Nery foi um herói. Ousou ser o homem lutador que quis ser, e iluminou nosso planeta com sua masculinidade serena e afetuosa. Não será esquecido”, escreveu a cartunista Laerte Coutinho.

Já o Instituto Brasileiro De Transmasculinidades se manifestou por meio de nota: “Sua luta não foi em vão João W. Nery… Continuaremos o que ele começou! Sempre na luta!” (Com informações da Agência Brasil)