Após dois meses internado no Hospital Sarah Kubitschek, que ele mesmo projetou, em Salvador, para tratar um câncer no fígado, morreu, na manhã desta quarta-feira, aos 82 anos, o arquiteto João da Gama Filgueiras Lima, conhecido como Lelé. O corpo será velado na Igreja Ascensão do Senhor, no Centro Administrativo da Bahia (também projetado por ele), e será transladado para Brasília, para ser enterrado no Cemitério Campo da Esperança.
Considerado um dos mais importantes arquitetos da história do Brasil, Lelé nasceu no Rio de Janeiro e, após formado, passou parte da vida adulta em Brasília, antes de adotar Salvador como residência.
Na capital baiana, Lelé escreveu sua história no dia a dia da população. É dele, por exemplo, o projeto das passarelas utilizadas sobre as grandes avenidas da cidade. Os prédios do Centro Administrativo da Bahia (CAB), bairro que reúne as sedes do governo e das secretarias de Estado, a Assembleia Legislativa e de boa parte dos órgãos públicos baianos, também saíram de suas pranchetas, assim como a sede da Prefeitura de Salvador – obra erguida em 20 dias que tinha como objetivo inicial, em meados dos anos 1980, ser uma sede provisória da administração municipal. Em nota, o prefeito Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM) lamentou a morte do arquiteto. “As obras que Lelé projetou em Salvador ajudaram a consolidar o perfil cosmopolita da cidade”, afirmou.