Morreu na manhã desta quarta-feira, 26, em Brasília, aos 79 anos, o jornalista, advogado e professor Carlos Chagas. Ele passou mal no início da manhã, foi levado ao hospital onde foi diagnosticado um aneurisma na aorta. Foi internado na UTI, mas não resistiu. Sua filha, a ex-ministra chefe da Secretaria de Comunicação durante o governo Dilma Rousseff, Helena Chagas, afirmou que ele esteve lúcido até os últimos instantes. “Ele estava conversando comigo, com minha irmã, com minha mãe. Dizendo que queria pagar o imposto de renda, que o cheque tal estava sobre a mesa…”

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Nascido na cidade mineira de Três Pontes, Chagas começou como repórter de O Globo, em 1959. No jornal O Estado de S. Paulo, ele ingressou no início da década de 1970 e permaneceu até 1988. Foi diretor da sucursal de Brasília.

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Ao longo da carreira, trabalhou na TV Manchete, Rede TV e SBT. Despediu-se da TV ano passado, quando saiu da CNT. “Ele dizia que ia fazer 80 anos, decidiu parar. Mas continuou sempre muito ativo”. Helena contou que ele mantinha a rotina de escrever todos os dias. Seus textos eram publicados na internet e em jornais do interior.

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O velório será feito em Brasília, a partir das 10 horas de amanhã. O enterro será às 16 horas.

Chagas era casado com a psicóloga Emila havia 57 anos. Além de Helena, o casal teve Cláudia, que trabalha no Ministério Público. “Tive sorte de tê-lo como pai. Ele foi uma grande referência para mim e para muitos jornalistas”, disse Helena.

Ela lembrou da relevância da atuação do pai na luta pela liberdade de imprensa, durante o período da ditadura. O jornalista era também formado em Direito, foi promotor por alguns anos. “Mas chegou num ponto da carreira em que ele teve de escolher. Àquela altura, ele já estava apaixonado pelo jornalismo e acabou deixando o Ministério Público.” E concluiu: “Era uma paixão pelo jornalismo que ele passou para mim e para várias gerações de jornalistas, colegas de trabalho e alunos. Ele foi também professor da UNB.”

Em nota oficial, o presidente Michel Temer lamentou o falecimento do jornalista:

“O Brasil perde Carlos Chagas, uma das maiores referências de seu jornalismo. Boa parte de nossa história contemporânea está registrada no seu trabalho.

Carlos Chagas é responsável pela formação de mais de uma geração de profissionais de Imprensa, entre os quais sua filha, Helena Chagas, ex-ministra de Comunicação Social da Presidência da República.

Foi intransigente defensor da ética, em sua mais profunda definição, e como titular da matéria na Universidade de Brasília, onde serviu durante 25 anos.

Deixa como principal legado o compromisso com a verdade e a sua responsabilidade no trato da notícia. E sai de cena em um momento em que essas suas características, como homem e como profissional, são cada vez mais necessárias ao país e ao mundo.

Que a sua nobre lembrança conforte seus familiares e nos inspire na reconstrução de um Brasil grande e justo, como o idealizado e defendido por Carlos Chagas.”