Santos – A adolescente J. S. E., de 14 anos, morreu em São Vicente, na Baixada Santista, após se submeter a aborto clandestino. Ela passou mal durante o procedimento e o serviço de resgate foi chamado para levá-la ao Centro de Referência em Emergência e Internação (Crei), onde morreu. A enfermeira aposentada Aparecida Pereira, 63, foi indiciada pelo aborto clandestino, juntamente com Cristina Kellen Gonçalves, 27, acusada de ter levado a menina até o local e ter pago R$ 200 pelo procedimento.
Quando foi atendida pelo resgate do Centro de Referência, J. apresentava parada cardiorrespiratória e sangramento vaginal. Os socorristas perceberam que ela havia recebido medicação intravenosa. Diante da suspeita de que tivesse se submetido a aborto, policias foram à casa de Aparecida Pereira, no Parque Bitaru, onde encontraram lençóis sujos de sangue – com o emblema do Hospital São José -, medicamentos de uso restrito em clínicas cirúrgicas, além de instrumentos usados por ginecologistas.
Confissão
Aparecida negou que tivesse feito o aborto, mas foi presa em flagrante e confessou o crime. Segundo o boletim de ocorrência registrado no 1.º Distrito Policial de São Vicente, ela contou que, antes de pedir socorro para sua filha, que é auxiliar de enfermagem, havia alimentado J. e feito com que ela se deitasse para descansar. Aparecida confirmou que recebera R$ 200 e a promessa de sofá novo para realizar o aborto.