Morre aos 98 anos a viúva do pintor Iberê Camargo

A viúva do pintor Iberê Camargo, Maria Coussirat Camargo, morreu nesta terça-feira, 25, aos 98 anos, de causas naturais, no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Nascida na capital do Rio Grande do Sul em 28 de novembro de 1915, formada em Belas Artes pela UFRGS, ela foi companheira e musa do artista, retratada em diversos quadros, por 54 anos, do casamento, em 1939, até a morte dele, em 1994.

Depois disso dedicou-se à criação da Fundação Iberê Camargo, que guarda e exibe o acervo familiar em moderno museu, inaugurado em 2008 e logo elevado pelo público local e pelos turistas como uma das maiores atrações de Porto Alegre. O corpo será velado até às 20h desta quarta-feira, 26, na sede da fundação e sepultado amanhã, às 11h, no cemitério da Santa Casa de Misericórdia.

“Dona Maria foi uma mulher admirável, guardiã das memórias, tanto da vida quanto da obra, de Iberê. Durante todos os anos em que viveu com o artista, além de catalogar todo o seu trabalho, exerceu um papel relevante em seu processo criativo. Um ano após a morte de Iberê, em 1995, todas as obras de sua coleção pessoal foram por ela doadas à Fundação Iberê Camargo, tornando possível o sonho que ela e seu marido sempre acalentaram de espaço para tornar viva a memória do artista”, comentou o superintendente cultural da Fundação Iberê Camargo, Fabio Coutinho.

“O nosso agradecimento à dona Maria Camargo não tem limites. Ela dedicou a sua vida no apoio a Iberê Camargo”, ressaltou o presidente executivo da Fundação Iberê Camargo, Jorge Gerdau Johannpeter. O diretor da fundação, José Paulo Soares Martins, também manifestou gratidão a Maria Camargo e disse que agora ela poderá ouvir do próprio Iberê o poema que ele escreveu em sua homenagem e que citou: “Quando eu estiver deitado na planície, indiferente às cores e às formas, tu deves te lembrar de mim. Aí onde a planície ondula, a terra é mais fértil. Abre com a concha da tua mão uma pequenina cova e esconde nela a semente de uma árvore. Eu quero nascer nesta árvore, quero subir com os seus galhos até o beijo da luz. Depois, nos dias abrasados, tu virás procurar a sua sombra, que será fresca para ti. Então no murmúrio das folhas eu te direi o que o meu pobre coração de homem não soube dizer”.

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