A pouco mais de quatro meses da reabertura da Praça Roosevelt, no centro de São Paulo, moradores temem que o local de 25 mil m² possa se tornar uma nova cracolândia. Ou uma “craco-roosevelt” – na definição da aposentada Bartira Cataldi, de 69 anos. A dúvida se a praça terá ou não serviço permanente de zeladoria e a ausência de equipamentos públicos e atividades que atraiam a população ao local têm causado a preocupação.
“São dois anos convivendo com o barulho e a poeira (das obras de reforma, iniciadas em outubro de 2010) e não sei se vai valer a pena”, diz Bartira, que viveu na região até os 22 anos, mudou de bairro e voltou em 1992.
Morador do centro há 10 anos, o eletricista Edson Ferreira, de 29, acredita que a praça “mais bonita e com banheiros públicos” vai atrair usuários de drogas saídos da cracolândia – onde a polícia deflagrou a Operação Centro Legal, em 3 de janeiro.
Já o urbanista e diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, Valter Caldana, acredita que os moradores terão um papel importante no sucesso ou não da praça. “Se a população não ocupar o local, daqui um ano ali será um depósito de poeira”, disse. “Cabe ao poder público planejar e construir a cidade para o cidadão e nós temos de aprender a reocupá-la.”
Prefeitura
Segundo a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras, um funcionário será destacado para cuidar da zeladoria e estão previstos uma floricultura e um “cachorródromo” como equipamentos de lazer e cultura na praça. A previsão de entrega é 21 de agosto – o custo da obra foi de R$ 36,8 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.