Moradores do Morro Santa Marta começam a se mobilizar contra as câmeras de segurança instaladas na favela – uma das medidas previstas pela Secretaria de Segurança dentro do projeto da Unidade de Policiamento Pacificadora (UPP). Eles se queixam que não foram consultados sobre o posicionamento dos equipamentos e que não têm informações sobre quem tem acesso às imagens, nem o destino dado a elas.
Cartazes foram distribuídos na favela com a foto do morro e a inscrição “Big Brother Santa Marta – a espiada que não vale um milhão”. Para debater o assunto, foi marcada uma reunião para a noite de ontem.
“Quando alguém critica qualquer ponto desse processo de ordenamento urbano no Santa Marta, o governo rebate e acusa o crítico de ser a favor do tráfico. Queremos construir um posicionamento coletivo para não ficarmos vulneráveis”, afirmou Juan Souza Silva, integrante do Grupo Eco, que atua há 30 anos na favela.
Silva disse que uma comissão de moradores procurou a capitã Pricilla de Oliveira Azevedo, comandante da UPP, no início do mês, quando as câmeras começaram a ser instaladas, em busca de informações. O encontro acabou não ocorrendo.
A assessoria de Imprensa da Secretaria de Segurança explicou que a instalação das câmeras é “questão inegociável”, assim como a ocupação policial no morro.