O terremoto no Chile teve reflexos até no Estado de São Paulo na noite desta quarta-feira, 16. O Corpo de Bombeiros informou que, até as 21 horas, havia recebido ao menos 100 ligações de moradores do litoral e 50 da Região Metropolitana. Na capital, houve registro de tremores nos bairros de Vila Mariana e Tatuapé, além da Avenida Paulista. Na Baixada Santista, segundo a corporação, dez prédios foram vistoriados após relatos de abalos.
“Eu estava no computador e comecei a sentir a cadeira em que estava sentada balançar bem de leve, bem sutilmente. Como eu já tinha passado por uma situação parecida em 2008 (quando houve terremoto com epicentro no mar que refletiu no Brasil) eu sabia como era a sensação”, afirma Carolina Stanisci, de 41 anos, moradora do 16° andar de um prédio na Vila Madalena, zona oeste da capital.
“Fiquei assustada, vi que o lustre da sala estava balançando e comecei a sentir o prédio balançar também. Eu estava bem tonta e sentei no chão na cozinha. Parecia que tinha levado uma pancada na cabeça”, diz Carolina.
Na Avenida Paulista, o prédio da universidade Anhembi Morumbi foi esvaziado quando começaram as oscilações, por volta das 20 horas. A designer Andresa Galardi, de 38 anos, mora no 15° andar de um prédio em rua próxima à Paulista e disse que viveu momentos de tensão.
“Estava sentada na mesa de jantar ajudando meu filho de 13 anos na lição de casa. Tenho dois lustres e eles começaram a balançar. A minha primeira reação foi engraçada e comentei com o meu filho que parecia a ‘casa monstro’. Em seguida, o prédio começou a tremer e ele gritou ‘terremoto'”, conta a designer. “Tive a sensação de estar mareada, tonta, como se tivesse labirintite. Descemos pro térreo e os vizinhos estavam todos lá, tentando entender o que havia acontecido”.
Do 11° andar de um edifício em São Vicente, no litoral sul de São Paulo, a jornalista Mônica Silva, de 43 anos, também sentiu um tremor que se espalhou pelo prédio. “Passou um bando de pássaros pela janela e eu até comentei com a minha filha que parecia um filme. Em seguida o vidro fez muito barulho”, diz. Mônica afirma que não foi um abalo forte, mas que os seus amigos que moram em outros bairros da cidade disseram ter sentido sensações parecidas.
Outros estados. Moradores de cidades no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná também relataram tremores de terra pelas 20 horas. Não havia registro de feridos até o início da madrugada desta quinta-feira, 17.
A professora Vera Mesquita, moradora de Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul, diz que sentiu os efeitos quando estava na sua residência. “Sentimos aqui no nosso prédio, na Boca do Monte (zona oeste da cidade), os efeitos do tremor no Chile. Eram 20h30, os lustres tremeram e a sensação era de uma tontura muito grande. Agora ficamos sabendo que moradores de vários prédios altos da cidade também sentiram. Foi um susto pavoroso”, afirma.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.