Moradores da Favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, acusam cinco agentes da Companhia de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar de terem mantido na quinta-feira (5) dois adolescentes em cárcere privado e de agredi-los dentro da casa de um deles. O fato aconteceu um dia após o Comando do Policiamento de Choque garantir que não haveria buscas em residências sem mandado judicial durante a Operação Saturação – instalada após os confrontos de segunda-feira.

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Os dois jovens de 17 anos estavam na frente da residência às 11h30, quando os agentes do COE ordenaram que eles entrassem. Avisada por uma vizinha, a dona de casa Márcia dos Santos, de 39 anos, mãe de W., foi ao local e pediu para ver seu filho. Um agente a impediu de entrar na casa. “Eu comecei a gritar e, quando tentei entrar, aquele agente com uniforme verdinho disse que atiraria em mim”, diz Márcia. Cerca de 30 moradores cercaram a entrada da casa, também gritando. “Só aí que eles liberaram eles.” Ela diz que os agentes ficaram 40 minutos dentro da casa.

A PM disse que não se tratou de um caso de cárcere privado, pois o jovem teria convidado os agentes para entrar na casa. Além disso, a PM afirma que não houve agressão e todos mantiveram diálogos no local. A Polícia Civil continua investigando as ações da última segunda-feira, porém não há pistas dos envolvidos no vandalismo. A Corregedoria da PM pediu ontem informações sobre a ocorrência de domingo, quando homens do 16º Batalhão trocaram tiros e mataram o ladrão de carros Marcus Purcino e prenderam o cozinheiro Antonio Galdino de Oliveira. O objetivo é saber se houve excessos.

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