Moradores de favela se rebelam contra ação de PM

Revoltados com a morte de Roberto da Silva Figueiredo, de 23 anos, baleado durante um suposto tiroteio com a PM, moradores do Jardim Rádio Clube, na zona noroeste de Santos, litoral sul de São Paulo, na noite de domingo (30), destruíram dois ônibus e entraram em confronto com a Tropa de Choque.

Enquanto a PM atirava, usando balas de borracha, e ameaçava entrar na favela, a população enfrentava jogando pedras. Por mais de três horas a região se transformou numa praça de guerra. Um coletivo da Viação Bertioga, que transportava crianças que participaram de um evento esportivo, foi cercado pelos vândalos. Após todas as crianças descerem, o veículo foi apedrejado. O outro ônibus destruído, desta vez incendiado, pertence à Viação Piracicabana.

Tudo começou por volta das 19h, quando PMs foram acionados para a favela do Caminho São José, após denúncia de existência de um cativeiro. Os policiais afirmam que foram recebidos a tiros e por isso revidaram. A revolta dos moradores também foi causada pelos tiros disparados pela PM que, segundo testemunhas, poderiam ter atingido as muitas crianças que estavam pelas vielas naquele momento. Os moradores também colocaram fogo em um sofá no meio da rua.

Mesmo encaminhado ao pronto-socorro, Figueiredo não resistiu e morreu. Com ele, segundo a PM, foram apreendidos três revólveres. No barraco em que ele morava a polícia encontrou 506 papelotes de cocaína, quatro tabletes e 21 trouxinhas de maconha; duas balanças de precisão, dois radiocomunicadores, binóculos, sinalizadores, munição de vários calibres, inclusive de fuzil e uma faixa assinada pela “população carcerária”.

Segundo a Polícia Civil, Roberto já tinha passagem por tráfico de drogas e estava em liberdade provisória. Ele seria um dos chefes do tráfico em Santos.

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